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Extraordinário e a relação com o universo infantil

  • Foto do escritor: Culturando
    Culturando
  • 19 de mar. de 2018
  • 3 min de leitura

O filme Extraordinário, que foi lançado em 2017, levou milhões de telespectadores aos cinemas no mundo inteiro, e fez muitos saírem das salas com os rostos inchados de tanto chorar. Por quê? Porque fala sobre o que a gente não quer admitir. Extraordinário, acima de tudo, fala sobre superação, sobre amor ao próximo, e, principalmente, sobre a capacidade de superar pequenas coisas que nos surpreendem e assustam, mas que são tão poderosas a ponto de nos afastar de pessoas que podem se tornar tão importante. Além disso, o filme é ambientado na vida de um garoto de 11 anos, que lida com outras crianças de 11 anos, que ainda não viram nem a metade do que precisam ver.


Auggie Pullman, interpretado por Jacob Tremblay, um garoto tão novo com um talento tão grande, sofre de uma deformidade facial devido a um gene que seus pais tinham. Isso fez com que ele precisasse passar por diversas cirurgias ao longo de sua vida, e com que toda sua família se ajustasse as mudanças provocadas pelo gene. O garoto é o segundo filho do casal Isabell e Nate Pullman, interpretados por Julia Roberts e Owen Wilson, que, antes dele, tiveram Olivia, que não sofreu as consequências do gene. Isabell passa, então, a dedicar sua vida a Auggie, até que chega a hora do garoto sair de baixo das asas da mãe e ir para a escola pela primeira vez depois de anos estudando com a mãe. Como qualquer outra criança, Auggie é exposto aos comentários maldosos de seus colegas de turma, porém o agravante da deficiência do protagonista o torna um alvo ainda mais fácil.


O filme não foca na crueldade infantil, mas sim na infantilidade dos atos muitas vezes cruéis. Auggie sofre por sua aparência, enquanto outras crianças não sabem lidar com tal diferença por nunca terem visto algo assim. São crianças, afinal de contas. Além do mais, o filme deixa muito claro que as crianças não são más, mas são reflexo da educação que recebem dentro de casa. Mesmo com todos os problemas que sofre, Auggie é um garoto amável e receptivo, que aceita ajudar os outros sem receber coisas em troca, e é nada mais, nada menos, do que uma criança. O que choca e o que emociona no filme é como uma criança como ele pode passar por todas essas situações, sem consequências.


Além disso, o filme relata espertamente a vida dos pais, amigos e da irmã de Auggie, que assumem as responsabilidades do garoto e buscam lidar com isso da melhor forma possível. Para ilustrar isso, o filme mostra a relação que o garoto tem com a irmã, Via, ou Olivia, que cuida dele e buscar transformar o mundo para que seja um lugar melhor para seu irmão. Entretanto, Via acaba crescendo sem muito apoio ou compreensão, já que seus pais estão ocupados com seu irmão, e sua melhor amiga cresce rápido demais devido a problemas que enfrenta em sua vida pessoal. Entretanto, isso não faz com que Via sinta vergonha do irmão, ou que se afaste dele. Pelo contrário, Via deixa claro para Auggie que, no mundo, eles estão ali para cuidar um do outro.



Então, em uma das cenas mais emocionantes de todo o longa, Auggie passa a mensagem final da história: seja gentil, pois todos travam uma batalha de algo sobre a qual você não faz ideia. E é isso, não é fácil lidar com as diferenças, mas o exemplo precisa ser dado. Extraordinário deveria ser exibido em escolas de ensino fundamental para conscientização, e é um filme para toda família, também para o mesmo propósito. É uma lição de vida para pais e crianças, que precisam aprender, ou reaprender, o que é o respeito.

 
 
 

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