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"Homens, Mulheres & Filhos": o retrato da juventude na era tecnológica

  • Foto do escritor: Culturando
    Culturando
  • 9 de abr. de 2018
  • 2 min de leitura


Numa era onde todos somos expostos a tudo e a todo momento, vemos crianças e jovens se “adultizando” com cada vez mais frequência. Eles se perdem num mundo de luxúria que a internet disponibiliza, e a maioria não sabe lidar com isso – ou, muitas vezes, não tem apoio emocional para isso. O livro “Homens, Mulheres & Filhos”, escrito por Chad Kultgen, traz uma visão realista e até cruel do mundo em que vivemos hoje em dia. Com descrições pesadas e até excessivamente gráficas, o autor não se preocupa em chocar demais seus leitores. Quem pega o livro para ler deve saber que o que está exposto ali não é enfeite.


Ilustração de situações do filme baseado no livro

Sem se preocupar em assustar os leitores, o livro não é um relato infanto-juvenil. Na verdade, muito pelo contrário. É um livro escrito para os pais dos jovens, que acabam não tendo noções maiores do universo no qual os filhos estão imersos. E, na verdade, nos universos nos quais eles mesmos estão imersos. A narrativa gira em torno de famílias e personagens, o que quer dizer que não tem um único personagem principal, e trata das relações humanas no geral.


Além de falar sobre os jovens, que é o tema principal do livro, a história tem como plano de fundo a história de seus pais. Casamentos falidos, mas que não acabaram, casamentos que chegaram ao seu fim de maneira trágica, e casamentos que prometem durar, mas que exigem que um dos lados ceda em algum momento. O livro trata das relações humanas e de seu vazio, de como a rotina afeta até os mais esperançosos, e de como nós podemos – ou não – estar fadado ao fracasso. Enquanto vemos retratos claros de depressão, vemos pequenas luzes de esperança em outras pessoas que passam por situações semelhantes. No fim, a mensagem do livro é bonita.


Entretanto, o principal objetivo do livro é demonstrar como nos conectamos com relações vazias, como nos apoiamos em competições frias e calculistas quando somos jovens, tudo para nos tornarmos mais aos olhos dos outros do que achamos ser. Na realidade, Chad Kultgen mostra a juventude no século XXI, com toda a tecnologia e acesso a coisas que, nessa idade, talvez não devêssemos ter. A em excesso informação enlouquece, em todos os níveis possíveis. Vivemos na era das relações vazias, e, em meio a tantas assim, encontramos uma onde fincamos os pés. É o que vale: buscar um laço que não se desfaça.


Tim Mooney (Ansel Elgort) e Brandy Beltmeyer (Kaitlyn Denver)

Além do livro, a história se tornou um filme genial, com Adam Sandler, Jennifer Garner, Judy Greer e Timothée Chalamet, que foi indicado ao Oscar este ano por “Me Chame Pelo Seu Nome”. Dirigido por Jason Reitman, é um dos poucos longas baseados em livros que realmente seguem os passos do livro original. É uma ótima indicação, e pode ser considerado obrigatório em determinados casos. O livro, ao contrário, deve ser lido. Por pais, mães e filhos, ou por qualquer pessoa.

 
 
 

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