Música: Braza e o ritmo dançante
- Culturando
- 2 de abr. de 2018
- 3 min de leitura

Lembra do Forfun? A do “História de Verão”, que fez sucesso por muito tempo e, em 2015, deixou todos os seus fãs órfãos depois de anunciarem que o álbum “Nu” seria o último? Pois é, realmente foi. Enquanto alguns sofriam com o fim da banda e se apegavam aos álbuns antigos, desde “Teoria Dinâmica Gastativa” ao mais recente do grupo, três dos ex-integrantes da banda se juntaram em 2016 para lançar a banda Braza. Com um estilo semelhante ao Forfun, puxando para um reggae mais pop com mensagens fortes nas entrelinhas, a nova banda aposta em um ritmo dançante e contagiante.

Danilo Cutrim, Nicolas Christ e Vitor Isensee usam suas letras para passar mensagens importantes sobre política, conscientização e luta, mas isso não impede que o público dance e sinta a batida. O Braza lançou seu primeiro disco, com o mesmo nome da banda, em 2016 pelo YouTube, e a notoriedade da antiga banda fez com que o álbum explodisse em visualizações em pouco tempo. Mas não era só isso que a banda queria. Ano passado, a banda lançou o álbum “Tijolo Por Tijolo”, e explodiu mais uma vez com hits como “Qual é o Rosto de Deus”, e “Exército Sem Farda”. É gostoso ouvir a guitarra que dita o seguimento, os efeitos de som pontuais e o baixo subindo pelo pé e chegando até o último fio de cabelo. Contagiante, a banda consegue tirar qualquer um do chão.
Recentemente, no último dia 25, a banda fez uma apresentação no festival Lollapalooza 2018 e, apesar não ter sido a atração principal, fez muita gente parar para assistir o show no Palco Budweiser. A surpresa para aqueles que esperavam ali por um bom lugar nos shows seguintes foi enorme, e fez com que todos pulassem e gritassem as letras com força e vontade. Vitor Isensee, responsável pela parte de rap das músicas, agitou a galera a ponto de abrir uma roda de bate cabeça no meio do festival, do qual ele mesmo fez parte. Quando “Ela Me Chamou Para Dançar Um Ragga” começou, a plateia se mexeu e procurou espaço para começar a dançar. Não teve outro jeito para quem tava ali, conhecendo a banda ou não, senão aproveitar cada segundo de todas as músicas que foram tocadas. Não dá para resistir.
Braza é uma banda que valoriza a boa música e a conscientização. Durante o show do Lollapalooza, a banda homenageou Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada com quatro tiros em março, e procurou demonstrar a realidade violenta que vive o carioca. Além disso, a qualidade das músicas merece reconhecimento, e é uma ótima aposta para quem quer conhecer mais da música brasileira.
"Ela me chamou para dançar um ragga
Que bom que ela mexeu com a pessoa errada
Ela me chamou para dançar um ragga
Que bom, meu Deus, que bom que ela mexeu
Sumiu todo mundo, só nós no salão
Colado sentia a sua respiração
Suou a parede, fez tremer o chão
Sintonia fina que dispensa explicação
Cheia de ironia, me deixou sem graça
Gengibre e Gabriela em frente ao Bar da Cachaça
Recitou Pessoa, falou de Bakunin
Ela é o presente que o acaso deu pra mim
E aumentou o meu tesão na vida
Poder de agir, o meu elã vital
Não tenho medo dessa despedida
Por mim não tem final, porque
Ela me chamou para dançar um ragga
Que bom que ela mexeu com a pessoa errada
Ela me chamou para dançar um ragga
Que bom, meu Deus, que bom que ela mexeu
Puro equilíbrio, só fuma quando bebe
Definitivamente esse gata não é lebre
Ela é pra frente, e me põe pra cima
Repõe minhas reservas de pura serotonina
Ela é legalize, evolucionista
Acho que acabaram os meus dias de pista
Ouve dubwise, Milton, Tom Jobim
Ela é o presente que o acaso deu pra mim
E aumentou o meu tesão na vida
Poder de agir, o meu elã vital
Não tenho medo dessa despedida
Por mim não tem final
Ela me chamou para dançar um ragga Que bom que ela mexeu com a pessoa errada Ela me chamou para dançar um ragga Que bom, meu Deus, que bom que ela mexeu"
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