“Os Simpsons” – o sucesso que não chega ao fim
- Culturando
- 28 de mar. de 2018
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A família amarela da Fox ainda é líder de audiência em todo o mundo, e, mesmo após 27 temporadas no ar, o sucesso não parece diminuir. Enquanto muitas séries, animadas ou não, procuram a fórmula mágica que os produtores do desenho adulto encontraram para durar tanto tempo e continuar agradando seu público, Homer, Marge, Bart, Lisa e Meg continuam contando suas histórias de maneira quase incansável. Por quê? Simples: a família Simpson é uma sátira realista do “sonho americano”.

Vamos por partes. Em primeiro lugar, Homer Simpson é o homem americano, viciado em bebida, esportes, programas de entretenimento e um pai não convencional. O patriarca da família tem um emprego relativamente bom, no qual é extremamente preguiçoso e relapso, e que mantém por ter um chefe ganancioso e “malvado”. Homer foi criado de maneira relaxada pelo seu pai, que, com sua agressividade e pensamentos retrógrados, foi deixado por sua esposa, ativista. Sendo assim, o garoto foi criado pelo pai da única maneira que sabia, sem carinhos e cuidados excessivos, e se tornou um adolescente com péssimo rendimento escolar, que engravidou a namorada pouco antes do fim do ensino médio. Apesar disso, sua história de amor com Marge, sua esposa, superou todos os obstáculos que se apresentaram.

Marge Simpson é a representação da mulher oprimida norte-americana. Fadada a ser mãe em tempo integral, Marge desiste de seus planos depois de engravidar do primeiro filho pouco depois do ensino médio. Ela e Homer se casam, e começam a formar sua família. Marge passa o dia preocupada com os filhos, e com a infantilidade de seu marido, que causa as confusões que dão graça ao seriado. Entretanto, Marge vê, constantemente, seus sonhos serem esmagados por falhas alheias, não dela, mas, incansavelmente, permanece lutando.

Os filhos mais velhos do casal, Bart e Lisa, são os dois opostos das crianças criadas pela sátira do “sonho americano”. Enquanto Bart é arteiro, apronta, destrói as coisas, causa transtorno para a cidade, Lisa é estudiosa, revolucionária e feminista, mesmo aos 8 anos de idade. Bart recebe muito mais atenção em seus feitos, tanto por sua família quanto pela sociedade, do que Lisa. Por quê? Simples. Bart é o retrato da criança mau criada norte-americana. Talvez essa seja a graça do seriado. Todos eles são retratos idênticos a realidade, e isso diverte o público, e ainda critica fortemente todo o sistema.
Mesmo que todos já tenham assistido a série sem reparar nas mensagens presentes em cada um dos episódios, elas estão ali. De maneira tão sútil, que às vezes nem o mais atento dos fãs da série consegue nota-las. É claro que não podemos usar o desenho como um método de estudo da sociedade atual dos EUA, mas dá para ter uma ideia em meio aos exageros colossais. A graça não tira a graça dos momentos inteligentes. Tanto é que Os Simpsons inspiraram tantos outros desenhos com a mesma pegada, como “Uma Família da Pesada” e “American Dad”.
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