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Rumo ao tapete vermelho: The Post – A Guerra Secreta

  • Foto do escritor: Culturando
    Culturando
  • 2 de mar. de 2018
  • 3 min de leitura


Dirigido por Steven Spielberg e um dos favoritos a levar a estatueta do Oscar para casa este mês, “The Post – A Guerra Secreta” conta a história da publicação do extenso estudo sobre a guerra do Vietnã, durante a década de 1970, pelo The Washington Post, em crise após o suicídio de seu editor, Phill Graham. Maryl Streep interpreta Katherine Graham, a editora inexperiente que assume a empresa após anos no comando de seu pai e de seu marido, tem em suas mãos a difícil decisão de publicar – ou não – os arquivos que incriminam os últimos quatro presidentes norte-americanos por enviarem jovens para uma guerra perdida. O filme retrata a relação da mídia com os políticos e o coleguismo criado para conter informações. Porém, é uma aula de jornalismo em muitos sentidos.



Steven Spielberg dispensa comentários sobre sua direção num dos principais indicados para o Oscar 2018. A escolha da trilha sonora traz o público para dentro da vivência de uma redação e da tensão que cerca a decisão. Fora isso, o filme é fiel a rotina jornalística durante uma das maiores crises governamentais dos Estados Unidos, incluindo a busca por fontes, a briga jurídica e a correria do jornalismo não digitalizado dos anos 70. Tom Hanks, que traz vida à Ben Bradlee, incorpora um chefe de redação com perfeição, e não decepciona em sua atuação, como já era esperado. Entretanto, faz parte apenas da lista de ignorados pela academia, ao lado de nomes como James McAvoy, em “Fragmentado” e Bill Skarsgard, em “It – A Coisa”.


Por outro lado, Maryl Streep marca presença, mais uma vez, na lista de indicadas a melhor atriz, e qualquer um que assista ao filme consegue entender o motivo. Maryl traz vida e dinamismo à história da mulher que abriu as portas do jornalismo para que mais mulheres se tornassem mais do que repórteres. A emoção e dor são perceptíveis nas feições da personagem quando se vê obrigada a lidar com a empresa, uma crise financeira e o conflito de interesses pessoais e profissionais. Maryl Streep dispensa as críticas, mas traz consigo uma personagem forte e contida, que passa de voz minoritária nas reuniões da diretoria de sua própria empresa, a última palavra na decisão final.


O filme toca na ferida aberta dos americanos deixada pela guerra do Vietnã. A abordagem do tema gera uma comoção grande no público dos Estados Unidos, já que ainda é sinônimo de vergonha e revolta para a população. Além do mais, o filme termina alfinetando, mais uma vez, o presidente Richard Nixon. Apesar de fazer críticas evidentes ao ex-presidente durante os 116 minutos do longa, a última cena coloca em cheque a vergonha que Nixon passou para a população norte-americana, mostrando o descobrimento da invasão de Watergate, arquitetada pelo gabinete de Richard Nixon durante sua propaganda de reeleição. Isso acontece, naturalmente, após o governo dos Estados Unidos perder a batalha judicial para impedir a publicação dos documentos, e Nixon proibir a entrada de repórteres e fotógrafos do The Washington Post na Casa Branca. É irônico pensar que foram dois repórteres do Post que desmascararam o esquema do ex-presidente e o levaram a renúncia.


Ao terminar com esta cena, Spielberg deu aos espectadores a esperança de uma montagem cinematográfica do caso Watergate no mesmo modelo de The Post – Segredos Revelados. Resta agora esperar os próximos passos do diretor em relação a questão, e a premiação do Oscar, que acontece em 4 de março.


“Sabe o que meu marido dizia sobre notícias? Ele dizia que as notícias são o rascunho da história!” – Katherine Graham, The Post – A Guerra Secreta


INDICAÇÕES DO FILME


· Melhor Filme

· Melhor Atriz – Maryl Streep


 
 
 

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